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É preciso ler Paulo Freire - Carlos Eduardo Cardozo

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No centenário do patrono da educação brasileira, suas ideias continuam atuais e urgentes diante de um país dividido e com a democracia ameaçada. Carlos Eduardo Cardozo (Cadu)*     O educador Paulo Freire, um dos mais importantes intelectuais brasileiros, com enorme reconhecimento internacional, faria, em 2021, 100 anos.  S uas ideias, ainda hoje, permanecem vivas e  atuais .  Muitas atividades e escritos em sua homenagem têm sido organizados, alguns, inclusive, em defesa do seu legado, at acado por grupos radicais e conservadores .                Nascido em Recife, no estado de Pernambuco, em 1921, Paulo Freire foi o caçula de um pai capitão da Polícia Militar e de uma mãe dona de casa. Formou-se na Faculdade de Direito do Recife, mas se dedicou mesmo à educação. Atuou como professor e diretor do Departamento de Educação e Cultura do Serviço Social da Indústria (Sesi) de Pernambuco. Essas experiências antecederam o famoso projeto de Angicos, realizado em 1963 no Rio Grande do Norte, no

Educ@r: a educação digital em tempos de pandemia – por Carlos Eduardo Cardozo

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O anúncio da suspensão das aulas por conta da pandemia do coronavírus (COVID-19) deixa toda a sociedade preocupada em relação ao futuro dos nossos estudantes e, claro, em relação aos prejuízos de aprendizagem. Mais rápido do que imaginávamos, gestores das instituições escolares, organizações da sociedade civil e comunidade de profissionais em educação trouxeram a primeira resposta ao fechamento das escolas: o Nunca estivemos tão próximos e ao mesmo tempo tão distantes. Nunca fomos tão virtuais. E, reparem, nunca estivemos tanto tempo em casa com nossas crianças e adolescentes.  Os pais, da noite para o dia, precisaram se reorganizar para assumir algumas das funções dos professores. E os docentes, muitos ainda resistentes e pouco adaptados ao uso cotidiano das novas tecnologias, estão sendo forçados a descobrir novas formas de lecionar recorrendo às ferramentas que seus pupilos nativos digitais já têm muito mais facilidade para lidar, o que não quer dizer que estejam acostumados

Covid-19, el tiempo y la finitud humana: nada vale más qué el cariño humano y humanizador - por Carlos Eduardo Cardozo

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                            La Organización Mundial de la Salud (OMS) declaró en esta semana (en el día 16/02/2020) que la pandemia de Covid-19 es "la mayor crisis sanitaria global de nuestro tiempo". El capitalismo actual y la transformación de el planeta en una vasta red de interconectividad nos brindan una oportunidad única para darnos cuenta de las mil formas sutiles de vaciar el presente y los afectos.  Lo hemos sentido muy de cerca con la recomendación del "aislamiento social", como una forma de contener la propagación del virus.                 Esta pandemia que estamos probando como sociedad, en el umbral del cambio de esta década en el siglo XXI, nos pone nuestra realidad más humana frente a nosotros: ¡la finitud!             ¡No tenemos todo el tiempo del mundo!                 El ser humano es un ser sensible, un ser frágil... pero el neoliberalismo y el capitalismo nos hicieron olvidar esa certeza! Mitos, espiritualidades, filosofías y religion

Covid-19, o tempo e a finitude humana: nada vale mais que o afeto humano e humanizador - Por Carlos Eduardo Cardozo

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou esta semana (no dia 16/03/2020) que a pandemia de Covid-19 é “a maior crise sanitária global do nosso tempo”. O capitalismo atual e a transformação do planeta numa vasta rede de interconectividade nos proporcionam uma oportunidade singular para dar-nos conta das mil formas sutis de esvaziamentos do presente e dos afetos. Temos sentido isso muito de perto com a recomendação do “isolamento social”, como forma de conter a disseminação do vírus. Essa pandemia do qual estamos experimentando como sociedade, no limiar nessa mudança de década no século XXI, no coloca de frente a nossa realidade mais humana: a finitude ! Não temos todo o tempo do mundo! O ser humano é um ser sensível, um ser frágil... mas o neoliberalismo e o capitalismo nos fizeram esquecer dessa certeza! Nela estão envolvidos mitos, espiritualidades, filosofias e religiões. O mundo nos distancia da humanidade na medida em que arrastam consigo propostas sacrificiais, sugad

Onde está Witzel? Crivella? Bolsonaro? O silêncio obsequioso dos atrozes! - por Carlos Eduardo Cardozo

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Onde está Witzel? Crivella? Bolsonaro? O silêncio obsequioso dos atrozes! - por Carlos Eduardo Cardozo* Fico me perguntando como nominar essa crise que estamos vivendo: crise ética? Crise moral? Crise civilizatória? Crise religiosa? Crise da relativização dos valores cristãos? Que diante de um HQ invisibilizado, numa feira de livros, se monta um circo de ‘próprio’ e ‘impróprio’. Agora, diante da violência, da barbárie, e dos brutais assassinatos de crianças e jovens, um silêncio obsequioso! Seria conivência? Seria aprovação de tais intervenções estatais? Hanna Arendt já no século passado cunhou a expressão “banalidade do mal” que ilumina e nos faz pensar no momento atual: não podemos naturalizar a morte e a violência de crianças e jovens sob a insígnia no combate ao tráfico - é preciso um outro modelo social, político e religioso que permite que tenha mais vida, e “vida em plenitude” (cf. Jo 10,10). Como educador, como cristão: deixo registrado o meu lamento: estão ceifando os son

Eleições 2018: primeiras impressões

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Eleições 2018: primeiras impressões* Carlos Eduardo Cardozo cadunew@yahoo.com.br   Foto extraída de: www.tnh1.com.br A eleição de Jair Bolsonaro no Brasil no último domingo, dia 28/10/2018, aponta um cenário muito complexo e de desafios profundos para o próximo governo. Ele é o sexto presidente eleito após a redemocratização e promulgação da Constituição de 1988, que completa 30 anos neste ano de 2018.  Trata-se da maior vitória eleitoral da direita na história política brasileira. E não se trata de qualquer direita, mas de uma direita extremada, militarizada e autoritária em todas as esferas da sociedade, na igreja, na escola, no partido, em tudo.  Esse episódio histórico evidencia a atual fragilidade que se encontra a democracia brasileira. O pleito de 2018 se situa num horizonte de dois cenários mundiais que apontam forte tendência. A primeira é o fortalecimento e crescimento da extrema direita num contexto mundial, a citar o caso do próprio EUA, e outros países eu

JUVENTUDES: participação, autonomia e identidade

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Nem só de rebeldia – e alienação – vive a juventude;  movimentos coletivos e atitudes individuais mostram a busca por novas formas de atuação para transformar o mundo.                                                                                                                          Carlos Eduardo Cardozo [1] cadunew@yahoo.com.br        Ao longo da última década, uma das principais contribuições dos “estudos de juventude” foi ter ressaltado que os jovens não são apenas “cidadãos do amanhã em formação”, papel esse a eles relegado pela escola, igrejas, políticas de juventude e organizações da sociedade civil: eles são atores importantes de nossas democracias, das sociedades e do mundo.        Se ainda duvidam disso, muitos acontecimentos nos últimos anos demostraram a que ponto os jovens são atores importantes em nossa sociedade. Em uma praça central em Belo Horizonte, em 2010, um movimento juvenil participa de uma ocupação pacífica, lúdica e política, criando uma pra